sábado, 24 de janeiro de 2009
A tensão entre o rubro febril e o frio movimento.
Olhares que não se cruzam.
São dez da manhã, um soluço matinal dá o desfecho de sua última noite.
Eles já sabiam que aquela seria sua passagem sem volta. Para ela foi um recomeço. Ele perdeu o chão. Viu teu espelho quebrado.
Quis sangrar, sentir seu coração, ser feminino e entender seu caminho, sua escolha. E num arrepender-se despertou seus vazios, foi chuvosa sua primeira manhã.
Acordou e viu uma paisagem crua, abraçou sua nova solidão e quis pegar o primeiro vôo de volta ao abrigo, mas sentou, tomou seu café e sucumbiu a sua frieza melancólica de homem matuto.
Olhares que não se cruzam.
São dez da manhã, um soluço matinal dá o desfecho de sua última noite.
Eles já sabiam que aquela seria sua passagem sem volta. Para ela foi um recomeço. Ele perdeu o chão. Viu teu espelho quebrado.
Quis sangrar, sentir seu coração, ser feminino e entender seu caminho, sua escolha. E num arrepender-se despertou seus vazios, foi chuvosa sua primeira manhã.
Acordou e viu uma paisagem crua, abraçou sua nova solidão e quis pegar o primeiro vôo de volta ao abrigo, mas sentou, tomou seu café e sucumbiu a sua frieza melancólica de homem matuto.
9 comentários:
Oi, Leandro.
Ai cede-se ao feminino que cohabita e chora-se a humana impotência, o inexorável, a finitude...
...
Ai esse 'homem-matuto' sai pro terreiro, senta ao 'tamborete', olha pra um lugar nenhum, pega um torrão de barro e esfacela com uma mão.
...
Na outra mão a caneca de café, forte o bastante prá acordar o sono que insiste em se apossar, há duas noites...
...
E o olhar, fitando o nada e o lugar nenhum clica o dia e o sol de um novo dia porque apesar...Amanhã será um novo dia ao que vive mesmo daqueles que se vão...
Abraço terno...lembra que o amor é imortal...
E eu senti suas palavras como que adentrando na carne do meu coração, pulsando nas veias como sangue vivo...perdi o chão e o meu norte, o espelho quebrou =/
Sabe o que eu acho incrível na história das relações humanas? Como as perspectivas são sempre diferentes, por mais que tudo tenha acontecido da mesma forma para todos os envolvidos. E não dá pra culpar alguém por reagido à situação de forma diferente da nossa...
Eu adorei seu texto, Leo. Não sei, mas tenho a sensação que todo mundo já passou por essa "inércia sentimental" que vc retratou... Acho tão bonito quando leio algo universal assim, mas tão bem escrito que parece único! =)
Estava com saudades, mas agora eu voltei, (quase) refeita das festas! =P
beijos e boa semana pra vc!
Eu fico pensando na "frieza melancólica de homem matuto" e nesse "nova solidão". Novos conceitos de sentir o mundo.
Bjs, Coltrane.
Vi tanta coisa aqui, Leandro... e mesmo sendo chuvosa a primeira manhã, fiquei pensando que é preciso.
E abraçar a solidão é uma das melhores figuras de linguagem que li nos últimos tempos.
Bjo, sr. conotivista!
[angústia]
Amigão
Eu faria disso tudo uma festa e sairia contagiando diversos corações sem sucumbir jamais.
Não tenho mais tempo para tristezas e solidões quero correr forte e avançar deixando todo o resto para trás.
Chorar nunca mais!
Abração do amigão!
Não faz muito tempo escrevi um texto no Bilhetes imaginando uma situação semelhante.
É interessante perceber as sutilezas de nossos estilos apesar das mutuas influências. O que a Lorena escreveu é verdadeiro.
E o que o Amigão disse me cativou. "Não tenho mais tempo para tristezas e solidões quero correr forte e avançar deixando todo o resto para trás."
Eu quero chegar aí rs.
Abraço!
Não faz muito tempo escrevi um texto no Bilhetes imaginando uma situação semelhante.
É interessante perceber as sutilezas de nossos estilos apesar das mutuas influências. O que a Lorena escreveu é verdadeiro.
E o que o Amigão disse me cativou. "Não tenho mais tempo para tristezas e solidões quero correr forte e avançar deixando todo o resto para trás."
Eu quero chegar aí rs.
Abraço!
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