Sobre exílios e ilusões

quarta-feira, 9 de julho de 2008

É como se o compositor ao sentar em frente de seu piano, respirasse a pureza do incenso de olíbano e olhando a um quadro de Rembrandt sentisse paz em La menor, num pianíssimo breve de calma, carinho e amor...



E é um só sentimento...


Há imagens e poemas que se casam com canções. Pode ser que o músico, o poeta, o pintor, o discípulo estejam sob a mesma condição... Talvez, o que importa seja abrir o peito. Seria isto a arte? Abrir o peito?

O artista sabe que arte não é ilusão. Ele aprende o exercício de tirar suas máscaras e abre a si mesmo no objetivo de ouvir sua mais secreta voz. E isso não se faz com displicência e indiferença.

Artista é aquele, doa-se à arte e ao sofrido exercício de encontrar sua verdade, seja ela a paz, a dor, o amor ou a busca pelo infinito... O artista sabe que seu despejo, mesmo que mal interpretado, sempre levará sua verdade, pureza, por isso valerá a pena. Em nosso exílio eterno, agem como verdadeiros anunciadores. E por momentos, deixamos de não sermos a nós. Encontramo-nos.

Ao receber a eucaristia, o discípulo executa a mesma busca que faz o poeta e o cantor, transforma-se n'outro e vê quem é (era).



A verdade e a liberdade estão em nossas buscas...



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